Polícia identifica dois bandidos envolvidos na morte de sargento no RJ

Delegacia Investiga a Morte do Sargento Marco Antônio Maia
A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro está investigando o assassinato do sargento Marco Antônio Maia, de 37 anos. Ele foi morto com um tiro na cabeça na Zona Norte da cidade. Uma das linhas de investigação aponta que os criminosos podem ter desconsiderado ao considerar que ele era policial militar.
Carreira e Vida Pessoal
O sargento Maia atuava na Polícia Militar há 13 anos e fazia parte do Grupo de Táticas Especiais (GAT), unidade especializada em operações de alto risco. Em 2016, ganhou notoriedade ao resgatar nos ombros um colega ferido em uma operação na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio. O policial resgatado sobreviveu.
Em 2020, Maia ficou baleado na cabeça durante um confronto com criminosos. Apesar de várias cirurgias e de um longo período de recuperação, ele retornou ao trabalho, mas com restrições, exercendo apenas em funções administrativas. Após esse episódio, ele encontrou apoio na fé e compartilhou sua história de superação em sua igreja.
Na vida pessoal, o sargento era casado há quatro anos e pai de dois filhos de relacionamentos anteriores. Ele morava em Guapimirim, no interior do Rio, a mais de 50 quilômetros de seu batalhão, buscando proteger sua família dos perigos da cidade.
Circunstâncias da Morte
Na última terça-feira (3), Marco Antônio saiu mais cedo do batalhão de Irajá para buscar um exame médico na Policlínica da PM, em Olaria. No caminho, ele se deparou com uma estrada travada por criminosos que fizeram ônibus incendiado na região, em uma tentativa de desviar a atenção da polícia, que estava conduzindo uma operação no Complexo da Penha.
Ao tentar desviar por uma rua lateral, o sargento foi atingido na nuca por um tiro de fuzil, a poucos metros de uma escola estadual. O carro desgovernado desceu a ladeira e colidiu com um muro. Imagens aéreas captadas pelo Globocop mostraram o veículo cercado pelos criminosos.
Investigação e Operações Policiais
A investigação investiga dois suspeitos do assassinato: Paulo Lucas da Silva Pereira, conhecido como PL, e André Silveira das Dores, chamado de Coquinho. Ambos foram flagrados ao lado do carro de Maia no momento do crime. A Polícia Civil solicita à Justiça a emissão de mandatos de prisão contra os dois e segue em busca dos demais envolvidos.
Após o crime, a Polícia Militar realizou uma operação na favela do Quitungo, nas proximidades do local do assassinato. Sete suspeitos de ligação com o tráfico de drogas foram presos, e armas, rádios transmitidos e drogas foram apreendidos. Outras ações estão sendo planejadas na região.
O Peso da Farda
Além dos riscos financeiros, os policiais enfrentam desafios emocionais. A viúva de Maia revelou que ele nunca recebeu acompanhamento psicológico, mesmo depois de ter sido gravemente ferido em 2020. A corporação do Rio de Janeiro, composta por mais de 43 mil policiais, enfrentou altas taxas de suicídio — quatro vezes acima da média nacional. Este ano, já foram registrados 20 casos, enquanto 950 agentes estão afastados por questões psicológicas.
O perigo constante e a falta de suporte afetam muitos policiais, que registram essas dificuldades em histórias como a do sargento Maia. “A farda é minha vida. É tudo”, desabafa o policial Kelvyton, refletindo o sentimento de muitos que vestem o uniforme.